28/02/2007

Suena a rancio

Cuaresma suena a rancio,
no lo podemos evitar;
A naftalina con cilicio
y ayuno de generosidad.

A quien aprovecha.
para desahogarse,
siempre desde el púlpito,
con soberbia de santidad.

Las mismas bocas,
los mismos sermones
e dedo hiriente y culpa fácil,
contra todos y por nadie.

Y que pena...
porque no es eso.

Es parar, frenar y bajarse
del paso a salto de mata;
de los días sin sentido
solapados con desidia.

Es abrir, respirar y salir
de la cueva que atrapa
y nos condena a soledad,
precisamente junto a otros.

Es gastar, invitar y ofrecer
lo que se es, lo que se tiene
con la generosidad del pobre,
que poco sabe de austeridad.

(Miguel Ujeda SJ)

Encontrei aqui este poema sobre a quaresma, que gostei imenso!

27/02/2007

Mar

Que aroma tem o mar
que força me dão os ventos
quando sinto a brisa a passar
e me leva os pensamentos

A luz faz de espelho na água
das ondas vem um som profundo
que me faz esquecer a mágoa
de por vezes estar no mundo

Mergulho... e o silêncio vem
que partida me prega a vida
quando me lembro sentida
que o mar não é de ninguém

Envolvida nas ondas estou
protegida de toda a frieza
de quem o mal criou
neste mundo de incerteza

Com o mar no horizonte
já não em sinto perdida
lembro-me que há sempre uma ponte
entre a morte e a vida

26/02/2007

Por eles!

O 1º Post desta semana é dedicado a todos os pais e mães que tendo sido surpeendidos pela chegada adiantada dos seus filhos ou por terem algum problema á nascença, lutam diáriamente para que tudo corra bem.

Não sei se é possível transmitir a angústia que se sente, quando se vê um filho, acabado de nascer, ser levado por outras mãos que não as nossas, para uma unidade de neonatologia. Acho mesmo que é quase impossível transmitir pois só quem passa é que sabe...
De qualquer das formas é importante sabermos o que é feito nestas ocasiões, tanto pelos pais como pelas equipas de enfermagem que estão diáriamente a cuidar dos nossos pequeninos.
Numa altura em que a vida foi tão discutida, não ouvimos ninguém falar acerca de dar condições a quem luta pela vida. Poderão pensar que estou a misturar assuntos mas realmente não estou.
Temos um Estado que vai criar condições para que pessoas que não queiram ter um filho posam abortar com "dignidade" . No entanto, quem está num hospital 24 sob 24 horas a lutar pela vida de um filho não tem o mínimo de condições.

Dou pequenos exemplos para que se possam perceber: normalmente as unidades de neonatologia são distantes das unidades de obstetrícia, obrigando a mulher a práticamente nem descansar pois não irá perder tempo a percorrer metade do hospital para ir descansar um bocado. Quando o nosso filhote teve uma sépsis á nascença, teve de ir para a neonatologia durante uns dias. Como é óbvio eu tentava passar lá a maior parte do dia e das poucas vezes que fui à obstetrícia para descansar um bocado, tive as auxiliares a questionarem-me sobre as horas das refeições, dizendo que eu tinha de estar lá ás horas estipuladas se não teria a refeição. Após ter explicado diversas vezes que me era impossível prever pois tinha uma vida dependente de mim, tive de me chatear e dizer que se não quisessem, não me guardassem a refeição pois eu resolveria o problema de outra forma. Porque é que isto acontece? Porque está tudo muito mecanizado e não deixam margens para excepções (como era esta) nem para qualquer tipo de humanismo.

Pelo contrário, na unidade de neonatologia, uma excelente equipa de enfermeiros trabalhava a par connosco para que o nosso filhote vingasse! Estes enfermeiros viveram connosco e com todos os outros pais as pequenas vitórias e derrotas que fazem parte destes processos. Tentavam dar o máximo de condições para ajudarem os pais, no entanto havia coisas onde não podiam ajudar, tais como o facto de uma mãe ter uma cadeira (na maior parte das vezes é de plástico) para ficar a descansar ao pé do seu filho.
Este Post é dedicado a todos os pais, filhos e quem os ajuda, que estão a lutar pela vida.
Visitem estes amigos e deêm-lhes uma forcinha pois bem estão a precisar!

23/02/2007


21/02/2007

Só passaram uns dias ...

Pois é... como era de prever só passaram 10 dias do resultado do referendo e já tudo caiu no esquecimento!

Falavam do aconselhamento obrigatório e no dia seguinte já era um ultraje pensar em obrigar uma mulher a ter aconselhamento obrigatório como se de uma tortura se tratasse! É inacreditável como fica o dito pelo não dito... mas pior é passarem um atestado de estupidez ás pessoas!
Virem dizer (como o líder parlamentar do PS) que podem passar pelo aconselhamento mas a mulher é que toma a decisão??? Mas o que é que achavam? Que a mulher ia ser torturada até assumir o filho? Caramba! Já têm o que queriam mas isso não basta!

Também foi fantástico ler a afirmação que quem elabora a lei é quem ganhou... então quem elabora a lei não são os representantes de todos os portugueses? Até ganhar ganham mal.

Ainda não ouvi ninguém falar em medidas de apoio a mulheres que estejam numa situação de vida desesperada mas que não queiram o aborto como solução... porque será? (deve dar muito trabalho...

17/02/2007

De visita...

Quem é que já, sem qualquer razão aparente, sentiu que Deus, naquele momento estava mesmo ali ao nosso lado?
Hoje de manhã senti isso ... e foi delicioso!!!
Um bom fim-de-semana para todos :)

16/02/2007


O Palácio da Bolsa, no Porto acolhe nos dias 16, 17 e 18 de Fevereiro, entre as 15h00 e as 21h00, o “Essência do Vinho – Porto 2007”. Durante três dias, o acontecimento vínico nacional de referência vai acolher 250 produtores, cerca de 2.000 vinhos para prova, e mais de 50 acções paralelas.
A grande novidade deste ano é o “Essência do Gourmet” a realizar em simultâneo no Mercado Ferreira Borges com a presença de 10 GRANDES CHEFES : LUÍS AMÉRICO, LUÍS BAENA, JOAQUIN FILIPE, MARCO GOMES, JERÓNIMO FERREIRA, HENRIQUE SÁ PESSOA, VITOR CLARO, ALBERTO CHICOTE, SACHA ORMACHEA, AUGUSTO GEMELLI e MIGUEL CASTRO E SILVA.
Este fim-de-semana promete!!!
Para saber mais vá aqui

Pensamentos do Dalai Lima




Não aconselhável a menores de 10 semanas. - Esquerda reage em bloco contra o aconselhamento pré-aborto.

15/02/2007

Tempo...

A vida cada vez passa mais rápido. Porque será?
Claro que o facto dos anos irem avançando conta... os nossos filhos a crescerem lembram-nos diariamente que o tempo vai passando.
Mas isso não é mau, bem pelo contrário é bom pois é sinal que estou cá presentes na vida deles.

A outra razão porque sentimos que o tempo passa a voar é por nós próprios seguirmos a cultura rápida que existe hoje em dia. Passamos o dia a correr pensando que no dia seguinte faremos tudo com mais calma. No entanto será tudo igual pois nem nos lembramos de fazer um esforço consciente para abrandar o nosso ritmo frenético!


Estou farta de passar a vida a correr! De nem ter tempo para respirar!!
Quero aprender a ganhar tempo para melhor apreciar a vida.

Tenho mesmo de fazer um esforço para não chegar ao fim da minha vida e pensar que as minhas recordações são poucas e rápidas!

Estou tentada em aderir ao movimento slow...

14/02/2007

Nostalgia 2




Coisa doce tão fofinha....

Quem se lembra das Bombokas?


E do anúncio no natal?


As que aparecem hoje em dia já não sabem ao mesmo... será da idade?


Encontrei uns vídeos dos anúncio ali.

Dia dos Namorados!

Hoje é a célebre data do dia dos namorados.

Ao contrário do que deveria ser, andará tudo na corrida ás compras, a gastar um balúrdio para justificar ao outro o quanto gosta dele...

Eu proponho outra coisa:

lembre-se da recordação mais engraçada, da recordação mais antiga que o/a levou a apaixonar-se e conte-lhe.
Não gaste dinheiro, gaste tempo! Perca (nunca se perde, ganha-se!) tempo com a pessoa com quem partilha a sua vida.

Os sentimentos já são muito difíceis de traduzir por palavras.. agora imagine por prendas!

13/02/2007

Visita nº 1000!

Comecei este blog no dia 3 de Janeiro e em pouco mas de um mês já tenho 1000 visitas! (page views são quase 1400)

Bem sei que o facto de ter dedicado este blogue á campanha pelo Não ao aborto, chamou muita gente.
Mas também posso dizer-vos que foi ontem que bati o meu recorde de visitas.
E hoje para lá caminho, o que me leva a acreditar que quem cá veio a 1ª vez, gostou e resolveu repetir a dose.

Espero continuar merecedora das vossas visitas!

Nostalgia I


Começa hoje um post diário que relembrará a nossa infância.
Quem não se lembra das chiclets Pirata?
Com aquele pó cor-de-rosa (que tinha um sabor tão característico) a envovê-las.
Havia umas que eram embrulhadas como rebuçados (eram as mais pequeninas).
Ainda me lembro que 5 custavam 2$50!
Encontrei esta imagem aqui.

Imprescindíveis

Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há outros que lutam um ano, e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;
Porém há os que lutam toda a vida
Estes são os imprescindíveis.
by, Bertold Brecht

Encontrei isto aqui

12/02/2007

Será assim no futuro?


Carregue na imagem para aumentar

Obrigado!

Obrigado a todos que contibuiram para defender a vida! Obrigado também a quem, apesar de não partilhar as minhas convicções contrubuiu para uma discussão séria.

Espero que tal como eu não desitam de continuar a apoiar quem precisa pois o aborto continua a ser um problema e devemo ser capazes de apresentar soluções positivas ( sim porque para mim apesar de legalizado o aborto continua a ser um problema).

Eles (bebés) continuam aí á espera da nossa ajuda!

11/02/2007

O Resultado

Já se sabe que a abstenção foi superior a 50% e que o sim ganhou a votação, embora o resultado não seja vinculativo.
O facto de não ser vinculativo será somente em teoria claro pois concerteza que a lei será aprovada muito brevemente.
Tenho muita pena que tenha ganho a cultura do facilitismo e da morte.
Chamem-me má perdedora mas não darei os parabéns a quem festeja vitória neste momento. Não darei os parabéns a quem põe um estilo de vida á frente da vida em si.
Enquanto cidadã ficarei atenta aos seguintes passos, para ver se foram promessas vãs o que foi mencionado na campanha do sim, isto é, a passagem por um aconselhamento obrigatório e a criação de alternativas viáveis de apoio á vida, para quem as deseje e não queira ver no aborto a solução.
Cabe-nos a nós, que defendemos a vida, lutar pela criação de condições dignas para quem, como nós prefira não ir pelo aborto.

09/02/2007

Notas finais

Neste último mês o este blogue esteve dedicado á defesa da vida, que é a minha posição neste referendo. Tentei contribuir para o esclarecimento do que está em causa no referendo de Domingo dia 11.

Convido a quem ainda tem dúvidas de última hora, a reler os posts anteriores pois tentei abranger todos os aspectos.. não sei se o consegui mas isso ficará ao vosso critério.

Ontem, ao navegar por outros blogues, entre eles o BdN (quanto a mim o mais completo de todos pela pluralidade de vozes e opiniões) que quem comenta os artigos já não está interessado em esclarecer nada. Entrou-se na fase do ruído, em que apenas tentam impôr a sua posição.

Por esse motivo deixo aqui apenas as linhas mestras do que considero que está em causa, na esperança que ajude alguém na sua reflexão. Obrigado pelos comentários (mesmo os discordantes da minha posição)!·

VOTO NÃO porque:

- Em causa está a liberalização do aborto até ás 10 semanas! Não é apenas a despenalização.
- Não será resolvido o problema de quem tenha uma gravidez de 10 semanas e 2 dias
- Não concordo com uma relação de força de um ser humano Mãe sobre outro Filho
- Não acabará o aborto clandestino, e o aborto em geral aumentará exponencialmente
- Defendo o Direito á vida, principalmente de quem precisa de mais protecção : o Bebé
- Porque não me demito enquanto cidadã, oferecendo o aborto como UNICA solução
- Defendo a responsabilidade e não o facilitismo
- A liberalização banaliza o aborto
-Defendo a vida e não um estilo de vida

Dia 11 de Fevereiro VOTO NÃO!

08/02/2007

Cartoon

Encontrei este cartoon no BdN e resolvi publicá-lo pois, um desenho vale mais que mil palavras!
Segundo o BdN o autor é Ricardo Roque Martins, pai de 5 Filhos!

Vale tudo mesmo...!

Tendo visto a Capa da Visão desta semana chego á conclusão que acabados os Prós & Contras vem agora esta revista fazer uma última tentativa de angariar mais uns votos através de uma repostagem choque.

Todos sabemos a inclinação política da Revista. durante as últimas semanas foi visível o apoio que tentou dar á campanha do sim.

No entanto esta semana vê-se o desespero toal pois chegaram ao Porto de publicarem o que eles anunciam como "reportagem Choque" acerca de mulheres que morreram em consequência do aborto clandestino. Pelos vistos vale tudo.

Aliás a Visão já foi confrontada por artigos em anteriores números por revelarem a posição em favor do sim que mantêm.

O errado não é defenderem o sim. O errado é dizerem-se imparciais e depois de uma forma encapotada, através de artigos supostamente científicos fazerem valer o sim.
Numa Revista deste género pode haver um artigo de opinião, que é precisamente isso "de opinião", mas todas as edições foram toalmente tendenciosas chegando esta semana até um infeliz cartoon

Julgo que seguramente o tentarão, mas será muito difícil conseguirem provar que durante todo este tempo tiveram um posição imparcial em torno desta questão.

A visão, revista que li durante muitos anos apesar de não de identificar com as suas tendências políticas tornou-se nestas semanas um meio de campanha e não um meio de comunicação.

Perdeu toda a credibilidade!

GRANDE ENCONTRO DE ENCERRAMENTO

Hoje grande encontro de encerramento no Coliseu dos Recreios.

Apareça ás 20H00

Para mais onformações ir a http://www.nao-obrigada.org/agenda.php

07/02/2007

O Equilíbrio de uma relação...

Quando se analisa a questão do aborto temos de ter em conta que existem dois seres humanos: A Mulher/Mãe e o Embrião/Feto/Filho.
O papel da lei é criar um equilibrio regulador entre os dois, entre os direitos de ambos.Neste momento já estão previstos um conjunto de situações, de carácter excepcional para que um - Mulher/Mãe - possa terminar com a vida do outro - Embrião/Feto/filho.O que é pretendido por parte de quem defende o sim à pergunta em causa é anular totalmente o direito à vida de um - Embrião/Feto/Filho - por vontade do outro - Mulher/Mãe.O elo mais forte - Mulher/Mãe - termina por sua livre opção com a vida do elo mais fraco - Embrião/Feto/Filho - sem que para isso tenha de se justificar.
O equilíbrio existente na lei desapareceria dando lugar a uma relação de força de um sobre o outro.
A decisão que um toma á ainda mais grave por não ser reversível, sendo consequencia disso a morte do outro.
è por isso essencial votar NÃO para que se possa arranjar soluções viáveis a toda esta complexa problemática, pois o sim é irreversível e a sua consequência será a total desprotecção do elo mais fraco desta equação: Embrião/Feto/Filho, isto é passará a existir uma relação de força de um ser humano - Mulher/Mãe - sobre outro -Embrião/Feto/Filho - sem qualquer tipo de arbitrariedade.
DIA 11 VOTE NÃO!

06/02/2007

O debate

Foi com um sorriso na cara que ontem me fui deitar!
Ontem houve mais um debate no Prós & Contras,. Digo mais um pois este soou a encomenda...
Fiquei ontem com a certeza ainda maior do que acredito, isto é, que a vida deve ser defendida acima de tudo. Está em causa um ser humano que não pode ser exterminado só porque sim, sem haver qualquer tipo de defesa para ele.
Os elementos do Não conseguiram explicar muito bem qual é o conflito que existe para não se aceitar a liberalização do aborto. Não se pode retirar a protecção a um ser humano só porque somos o elo mais forte.
A postura da plateia dos "sins" teve mais uma vez um comportamento de falta de respeito pela opinião alheia, principalmente se ela era dissonante com o que pensam. Riram, interrompreram, "mandaram umas bocas"(desculpem a linguagem) e tentaram abafar quem falava. ainda bem que um dos intervenientes que defendeu o não, Dr. Anacoretta Correia, chamou logo de início a atenção para esse facto.
Na plateia do não o mais que pudemos ver foram algumas caras de desagrado a coisas que estavam a ser ditas pelo sim, mas ficaram por aí... conseguimos transmitir aquilo que somos: plurais, com respeito pelos outros mas acima de tudo com respeito pela vida.
Assiti ao desnorte dos elementos do sim nas suas argumentações. Foi visível o nervosismo final.
Não me congratulo com as desgraças alheias mas sim com o facto de saber que ontem, quem teve oprtunidade de ver o programa, ficou esclarecido que o Não é realmente a opção mais consciente, responsavel, humana e de respeito pelo próximo.
Dia 11 de Fevereiro Vote NÃO!

05/02/2007

Acabar com o aborto clandestino...

Uma das questões dramáticas é a questão do aborto clandestino.

Ele existe, ninguém ignora que ele existe mas ele continuará a existir mesmo que a liberalização ganhe. Se não vejamos algumas razões:

Após as 10 semanas continuará a acontecer pois para uma mulher que tenha uma gravidez fora do prazo legal, terá de recorrer ao clandestino.

Em Pequenas localidades , onde todos se conhecem, as mulheres continuarão a recorrer ao aborto clandestino para não verem a sua vida comentada.

Pensando na forma como poderemos combater o aborto clandestino, acredito sinceramente que passa pela continuação do trabalho começado após o referendo de 1998 em que surgiram organizações de apoio á vida. Muitas das mulheres que abortaram, quando confrontadas com a pergunta se "Tivessem tido apoio para levar a gravidez por diante" responderam que sim, que teriam tido o seu filho.

O importante é então haver um envolvimento da sociedade, de TODOS nós, e não de alguns que se lembram do tema apenas na altura das eleições. A sociedade tem de saber exigir ao governo que crie condições de apoio á vida. Não podemos ser uma sociedade demissionária em que criticamos o Estado como se não tivéssemos nada a ver com o assunto. Temos obrigação de fazer valer o que defendemos, e neste caso é defender a vida.

02/02/2007

Mais um Não

A minha resposta é "Não"
"Uma das afirmações recorrentes dos partidários do "sim" é a de que, enquanto os "nãos" se perdem em pormenores "filosóficos", eles, pelo contrário, tentam resolver problemas "quotidianos" e "reais". Outra é a de que ser pelo "não" e pela despenalização acaba por desaguar numa contradição insanável e que, a ser concretizado um compromisso desse tipo, restaria à lei um carácter apenas "simbólico". O olhar-de-alto que estes "sins" têm para com esses dois termos é revelador. De facto, os ares do tempo não estão para nada remotamente "filosófico" ou "simbólico"... E, no entanto, é óbvio - um - que a questão do começo da vida não é resolúvel por nenhuma bitola científica, e - dois - que não é negligenciável a importância do sinal que, nesta matéria, a lei dá à sociedade.

Outra espécie de argumento consiste em dizer-se que o lado do "não" tenta impor as suas convicções a todos, ao passo que o do "sim" oferece a liberdade de escolha a cada um. A afirmação, que roça o antidemocrático, é inconsistente. Num referendo - por definição - escolhe-se. Não se trata de "impor" convicções a ninguém. O que se trata é de discutir se o Direito deve ter um fundamento ético mínimo ou se é apenas a regulação convencional do "facto consumado".Em concreto, é verdade, não há modelos perfeitos. Mas uma solução tão moderada como a que a lei alemã consagra - que exige um "aconselhamento dissuasor" seguido de um período de reflexão - implica já um "não" à pergunta do dia 11. A este respeito, leia-se Joaquim Pedro Cardoso da Costa: "(...) No modelo da lei alemã, o aborto, mesmo nos casos em que, depois de realizado aquele aconselhamento dissuasor, é considerado não punível, sempre continua a ser tratado, para todos os efeitos jurídicos, como um acto ilícito (...)."

Estou com a metáfora de José Pacheco Pereira - também eu desejaria que este debate fosse "feito quase por telepatia, por gestos subtis" -, por isso recusei participar no ruído das campanhas. Mas aqui não pos-so deixar de dizer o meu "não". Além do mais, no plano político, esta parece-me das mais graves rendições da esquerda: a aceitação tácita de que o mundo, afinal, não é transformável e que, portanto, em nome da "falsa tolerância" de que falava Pasolini, o melhor é facilitar. Sim?
Jacinto Lucas pires in DN

01/02/2007

E esta hein?

O argumento que os que defendem o aborto livre nunca rebatem, pois tenta negar a sua existência, é o facto de a nossa lei ser igual á lei espanhola.

Chamo a atenção para o nº 1 do Artº 142 do código Penal, especificamente a alínea a) que diz:

“1. Não é punível a interrupção da gravidez efectuada por médico, ou sob a sua direcção, em estabelecimento de saúde oficial ou oficialmente reconhecido e com o consentimento da mulher grávida, quando, segundo o estado dos conhecimentos e da experiência da medicina:
a) Constituir o único meio de remover perigo de morte ou de grave e irreversível lesão para o corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida;”

e o nº 2 que diz:

“2. A verificação das circunstâncias que tornam não punível a interrupção da gravidez é certificada em atestado médico, escrito e assinado antes da intervenção por médico diferente daquele por quem, ou sob cuja direcção, a interrupção é realizada.”

Afinal o que nos diferencia de “nuestros hermanos” é ...

NADA pois eles têm exactamente esta lei.

Uma mulher que apresente os tais sintomas de grande angústia e depressão, que fazem bandeira dos argumentos do “sim” pode, havendo certificação médica por parte de um psiquiatra, recorrer á interrupção voluntária da gravidez.
Logicamente que esta certificação de consequência psíquica para a mulher não é feita de ânimo leve.

E aqui está o grande problema, pois o que o Sim realmente quer é tornar o aborto livre, que possa ser usado como a mulher muito bem entender, seja como método contraceptivo, seja porque não dá jeito, seja apenas porque sim.... e sem ter de passar por qualquer tipo de avaliação médica.

Uma visão de fora

Aqui está uma visão deste referendo vista por quem tem distancia crítica:

http://aceprensa.com/art.cgi?articulo=13342

Fonte: Bdn

Em fim de Estação...

É fantástico ver que a forma de actuar dos diversos elementos que defendem o Aborto livre até ás 10 semanas é sempre a mesma.

Ontem quem ouviu o debate da TSF entre João César das Neves e Daniel Oliveira e de seguida foi ver o frente-a-frente entre Joana Amaral Dias e Zita Seabra pôde constatar precisamente isso.

As intervenções dos elementos do sim fazem-se sempre no estilo "de dedo em riste" acusando quem defendo o Não de ser contra a liberdade, contra as mulheres. Acusam-nos de querermos a penalização das mulheres, etc, etc, etc

Nas suas intervenções eles preocupam-se em fazer passar 2 ou 3 ideias que são os pilares da sua argumentação mas que não são reais. Como por exemplo "não queremos mais mulheres presas", "não queremos abortos em vão de escadas", etc,etc

Findo o lançamento de tais peregrinas ideias, preocupam-se essencialmente em não deixar falar o opositor, para que estes elementos não possam ser rebatidos. Chegam ao ponto de aplicarem a IID (interrupção involuntária do discurso) a tenta rebater o que defendem.

Ontem chegamos á curiosa situação de Joana Amaral Dias dizer que nem ela nem Zita Seabra estavam em condições de dizer se o feto de 10 semanas era um ser humano!!!!

Quanto ao Debate entre João César das neves e Daniel Oliveira, foi bem patente o desespero deste último quando finalmente César das Neves explicou a comparação de números. Quando explicou que se no 1º ano após a liberalização não havia termo de comparação com o ano anterior, o mesmo já não acontece nos anos subsequentes que, como é óbvio seriam comparados ao 1º. No entanto, Daniel Oliveira continuava a metralhar que era inacreditável a comparação com os Telemóveis, etc etc


Do lado do Não os intervenientes têm mantido sempre uma postura centrada em transmitir os seus argumentos, sem necessidade de usarem o tal IID.

Porque é que não temos de recorrer aos seu estilo? Pelo simples motivo de sabermos que temos a razão do nosso lado.

Nota-se que o desespero está a tomar conta dos defensores do aborto..
Parecem moscas em fim de estação... Ficam agressivos, estrebucham...mas depois acabam por morrer!

É o que acontecerá no dia 11 de Fevereiro! Mas até lá teremos de os ver a estrebuchar.