30/10/2019

Há almas com alma e sem alma

Todos temos percursos de vida distintos.

Cada caminho tem como alicerces a família base, ou a ausência dela os afectos que vamos recebendo ou não e enquanto a infância vai passando e dando lugar à juventude, os pilares da nossa personalidade vão-se formando. Mas só com a experiência de vida ganhamos uma nova perspectiva.
Não é por acaso que a juventude é vivida de uma forma apressada, queremos tudo o que a vida tem para nos oferecer e esperamos ansiosamente tomar as rédeas da nossa vida… Inocência esta a de nem sequer percebemos que, embora balizados pelas regras de quem nos educa, vamos tendo já na mão o nosso caminho nas pequenas acções da nossa curta existência.

Chegados à “idade adulta” (para muitos começa cedo demais infelizmente pois a infância é quase inexistente) temos agora por inteiro a responsabilidade das nossas acções e as respectivas consequências….as boas e as más. Cabe-nos interiorizar e com este processo vamos ganhando maturidade.

Tenho uma profunda admiração pelas pessoas que não tendo tido os mesmos alicerces que a maior parte de nós (afectos e família) conseguem “cortar” esse ciclo negativo, superar o que falhou e serem pessoas estruturadas, positivas, realistas, deixando de lado o azedume e o queixume, que seria aparentemente um caminho bem mais fácil.

Estas pessoas demonstram-nos que o que fazemos com o que vivenciamos, seja por acções nossas, pelo que nos fazem ou simplesmente pelo que presenciamos, é da nossa responsabilidade.

Para mim faz sentido andar neste mundo e tentar ser melhor pessoa, seguir os meus princípios, melhorá-los, fazer o que considero que está certo, por mais que isso muitas vezes me custe . Não sou pior nem melhor que ninguém…sou eu apenas no meu caminho, no qual também são muitas as vezes em que erro, mas nada como aprender com o erros e seguir em frente, até porque quando temos filhos temos a obrigação de ensinar pelo exemplo.
Claro que neste caminho vamos batendo com a cabeça, por vezes tomamos más decisões, somos egoístas, erramos, magoamos, somos magoados…faz parte da natureza humana e da vida. O segredo está na forma como vamos vivendo todo este processo internamente, a forma como o vivemos com os outros.

Não acredito pelo que testemunhei até agora que uma existência endógena, faça sentido ou traga qualquer ponta de felicidade. Uma existência onde um vive para si mesmo acaba por ser doentia, como um quarto que nunca é arejado e fica bafiento, cheio de fungos e doentio. Não conheci até hoje uma alma que fosse feliz ou se sentisse realizada com este tipo de existência, até porque normalmente quem vive assim fica azedo, invejoso do que os outros têm (não falo de bens materiais…falo de afectos, de vida, de amor)sem perceber que estando a porta fechada não sai nada para ninguém e tão pouco entra, a não ser por pessoas altruístas que sentem necessidade de ajudar.

Não acredito que as vivências passadas sirvam de justificação para actos presentes ou ausência deles . Obviamente que há casos e casos mas refiro o normal de relações entre as pessoas.

Somos sempre uma obra em crescimento e para mim não faz sentido a estagnação, o ressabiamento….são sentimento que corroem e corrompem a nossa alma e nada trazem de positivo. Só perante pessoas totalmente tóxicas é que o mais prudente é a distância. Conheço algumas mas mesmo aí apenas quero distância, não chego a desejar o mal.

Choca-me a existência de quem apregoa princípios do alto da sua sapiência, e na prática não os pratica, nos mais pequenos detalhes, dia após dia, ano após ano.

Choca-me a distorção da realidade em benefício próprio, ignorando por completo aqueles que estão próximos e também os que pedem ajuda. E não é fácil a ninguém pedir ajuda…requer humildade. Mas há sempre urgências, há sempre um bem supostamente superior mas os “pequeninos”, aqueles que estão próximos, e são anónimos socialmente são completamente ignorados.

Como se pode falar em caridade, em direitos humanos, em ética, em moral quando se ignora quem está “ao virar da esquina”…


O que adianta apregoar direitos humanos e não reconhecer os dos seus próximos?
Como estará a alma destas pessoas?
Pergunto-me se, tal como todos nós, terão aquele momento de introspecção quando deitamos a cabeça na almofada e estamos sozinhos com a nossa consciência e com Deus…


Mas depois temos aquelas pessoas que nos aparecem do nada e iluminam a nossa vida, com uma presença discreta sem megafones, mas sólidas, amigas e coerentes e a paz e alegria que estas pessoas transmitem é o que nos faz continuar o nosso caminho e aspirarmos um dia a ser como elas. São Almas com Alma.

05/04/2018

Pergunta do dia

Li ontem esta pergunta que se pode aplicar a mais pessoas do que se possa imaginar:

Como se reage a um diagnóstico desses? O que se faz?


Ora julgo que a resposta é de uma simplicidade desconcertante, independentemente do diagnóstico, da pessoa que o tem (sendo nós ou alguém que nos é próximo).

Reage-se reagindo, fazendo um caminho, um dia após o outro, procurando aquilo que de melhor podemos fazer. E vai-se buscar a força onde se julga não existir.

Penso que as piores situações são aquelas em que não existe nada de concreto...pois, há falta de dados concretos, não se pode fazer um plano, traçar um caminho.

Quando estamos perante um facto, temos então oportunidade de planear o nosso caminho ainda que seja um dia de cada vez. 

No meio disto tudo a pior coisa que julgo que pode acontecer é perceber-se o sentimento de pena por parte dos outros. Isso desestrutura pois em vez de dar força, tira. 


28/03/2018

Onde termina a nossa liberdade e começa a dos outros?


O homem só poderia conhecer a sua lei, medir os seus limites, passando para o outro lado.
Artur Adamov



Sempre tive a certeza que a nossa liberdade termina exactamente onde começa a liberdade do próximo. Sempre tive esta leitura linear, sem grandes dúvidas. Por exemplo se estou num sítio público e quero ouvir a minha música, ponho headphones para não incomodar os outros.
Resumidamente eu posso fazer aquilo que eu quiser desde que tal não agrida os outros, não invada o seu espaço.

Mas e quando as acções são involuntárias, esse "direito" dos outros mantém-se? 

Imaginemos o caso de uma pessoa, seja ela criança ou adulto, ter um problema em controlar a sua agitação motora. Deixa essa pessoa de ter direito a frequentar determinados locais, alguns de reflexão por exemplo, outros de diversão como um cinema, simplesmente porque a sua agitação motora incomoda os outros, que têm a expectativa de estar num local calmo?

Este post não é uma critica mas sim uma reflexão séria sobre quais os direitos de todos nós, sejamos nós quem tem estas características ou não.

Exemplo 1:
Imaginemos que estamos num cinema e a pessoa da frente não para de mexer com o telemóvel, enviando e recebendo mensagens, e toda aquela luz azulada invade o nosso campo visual distraindo-nos do filme. Isto é algo que me irrita profundamente pois penso que se quer fazer isso então não está a ver o filme e mais importante ainda, não está a deixar os outros ver o filme. Acredito tenho aqui todo o direito de pedir que pare com o telemóvel.
Agora imaginemos que à frente se encontra uma pessoa que não para quieta, que se mexe a todo o momento. O que fazer? Continuo a ter o direito de pedir que pare de se mexer? 

Exemplo 2
É legítimo que se eu estiver num locar de reflexão, não queira sem distraído por alguém que esteja ao meu lado e não pare quieto um minuto, afinal procurei aquele preciso logar para reflectir e ter paz.

Mas agora pensemos que a tal pessoa, tem a agitação motora e não consegue de facto estar sem mexer mãos, braços ou pernas, ajustar a forma de me sentar, mas que também foi àquele mesmo local, para reflectir, para ter um momento de paz, dentro das suas limitações.  Neste caso o meu direito mantém-se?

Vivemos numa sociedade onde alguma coisa que saia da norma seja motivo de julgamento apressado, de critica mesmo que essa seja feita apenas com um simples olhar e nestes momentos a maior parte das vezes nunca paramos para pensar se não devemos ser tolerantes e não julgar logo na primeira oportunidade.



26/03/2018

Diz o ditado: "O bom filho à casa torna"






Eis-me de volta a este meu canto, à tanto tempo abandonado.

As lides cibernéticas tomaram outros rumos e  são imensas as páginas de blogs como este, que de pontos de encontro quase diários, se tornaram naquelas lojas poeirentas, por onde passamos e vendo o abandono, as cartas por responder no chão, já queimadas pelo sol, recordamos nostalgicamente os bons momentos que lá passamos.

O facebook é mais imediatista, é o consumo rápido, não há grandes pausas nem para conversa nem para leitura. Há uma ânsia desenfreada de partilhar retalhos de um dia-a-dia, que muitas vezes nos dá uma ideia completa e real da vida de quem partilha. E quem partilha genuinamente o que lhe vai na alma corre o risco de demasiada exposição.

Nos blogues, muito embora, seja como em todas as formas que temos de interagir, sempre houve quem não estivesse por bem, ou de forma genuína, sempre houve "predadores", mas houve sempre muitas pessoas que se limitaram a escrever o que lhes vai na alma, de forma livre e espontânea. Muitas vezes tive a sorte de me cruzar com pessoas únicas, fazer amigos que ainda hoje mantenho. 

Tenho por isso saudades de voltar a este cantinho, escrever, o bom o mau, o dia-a-dia que nos rodeia...enfim voltar às lides da blogosfera :)

Olhei para a coluna do lado direito do blog e dou-me conta que tal como o meu, os blogs que sigo estão quase todos ao abandono. Estou curiosa por ver quantos andarão pelo menos a passear por aqui.

11/04/2014

Cenas da vida familiar ....

O Luís tirou duas hérnias no dia 01 de abril e esta semana foi tirar os pontos plásticos. Nestes próximos dias depois do banho tiro o penso e tenho de passar betadine e pôr novo penso.

Foi a primeira vez que ele pôde olhar de novo para o umbigo calmamente. Tiro o penso, olha para o umbigo e exclama: 
Mãe, veja! O meu umbigo saiu do sítio!!! Era mais abaixo (olhando espantado para a barriga)...  

E convencê-lo que ninguém lhe tirou o umbigo do sítio?!?!? :)

10/04/2014

2 anos e cinco meses

E depois deste tempo todo eis-me de volta ao meu canto!
Não sei por quanto tempo mas hoje resolvi voltar.

Ao fim do dia, numa passagem pelo supermercado antes de chegar a casa, saio do carro e ao entrar no supermercado sou abordada por um homem que me pede qualquer coisa à qual, instintivamente disse NÃO e segui caminho. Mal entrei no supermercado fiquei a pensar na minha resposta rápida e dura...afinal nem sequer o tinha olhado na cara. Fui fazer as compras a pensar nisto e no quando cheguei ao carro fiquei a observá-lo. Era um senhor dos seus 50 anos, não estava mal vestido, não tinha aspecto de drogado. Fiquei a pensar no que leva uma pessoa daquelas, aparentemente normal a estar ali a pedir. Não pedia a toda a gente, quando via várias pessoas juntas nem sequer se aproximava, esperava por pessoas sózinhas, principalmente mulheres e aí até insistia.

Fiquei a pensar no que fazer pois não iria para casa com o tema mal resolvido e resolvi ir ao supermercado e falar com o segurança que está normalmente na entrada. Perguntei-lhe se conhecia o homem e disse-me que sim, já lá tem estado várias vezes mas que a última tinha sido há mais de um mês. Perguntei igualmente se achava que era para droga pois a mim não me parecia e eu não sou de dar dinheiro mas sim géneros. Disse-me que este não, este pedia sempre dinheiro, nunca entrava dentro do supermercado, mas também ele (segurança) tinha curiosidade para que era o dinheiro pois está sempre com uma postura serena. E contou-me que há outro senhor, mais alto, que costuma estar ali á porta de vez em quando e esse sim quer sempre comida. Provavelmente terá uma família para alimentar pois mesmo quando lhe dão dinheiro, entra no supermercado e gasta-o em comida. 

Pergunto-me que caminho este país está a fazer onde pessoas aparentemente como nós têm de chegar ao ponto de pedir à porta de supermercados tentando manter a dignidade mínima....

Quanto ao senhor que vi não lhe dei dinheiro, ainda o fiquei a observar mais um bocado à distância e se houver uma próxima vez pergunto directamente para que é o dinheiro. 
Ficou-me uma resolução para memória futura: Não nos podemos deixar endurecer no meio da nossa vida acelerada e passar pelos que se cruzam connosco como se fossem transparentes, não faz sentido, não é para isso que cá andamos.


04/11/2011

Já são 6


...os que faz e todos os dias com ele têm sido uma aventura! Já não me lembro da minha vida sem o Pi e tê-lo fez de mim melhor pessoa.

30/10/2011

Pensamento do dia

"A memória é o espelho onde observamos os ausentes." 
 Joseph Joubert 

 Porque há datas que não se esquecem...

09/07/2011


Hoje depois de reagir ao meu estado de de preguiça, lá nos decidimos a sair de casa e fazer um programa diferente. Fomos ter com uns amigos à Ribeira e andamos por ali a passear a a redescobrir a minha cidade. O Luís delirou com o elevador dos Guindais e ainda fiz uma segunda volta só para lhe ver o sorriso de satisfação na cara :)
Está diferente, está a ficar a pouco e pouco mais bonita e gostei imenso do que vi. soube-me pela vida este passeio, num dia que alternou sol e nuvens mais tristonhas, sempre com uma temperatura amena...
As fotografias não estão por ordem pois sou naba a fazer estes filmes...lol

Pensamento do dia



"Cada alma é por si só uma sociedade secreta."
Marcel Jouhandeau

ps - E algumas são como as estrelas.... absolutamente inalcansáveis

Bom dia

Uma semana extenuante e um dia chuvoso levam-me a este estado hoje.... :)

07/07/2011

Não há fome que não dê fartura...


Vários meses sem escrever uma linha e de repente lá me veio a vontade de novo :)

Lembram-se do Luís? está agora com cinco anos (faz 6 em Novembro), e ao longo destes tempos o seu crescimento tem sido uma aventura para mim. Começou a argumentação, o feitio vincado, os porquês (ai...tantos e tantos porquês próprios de quem está a conhecer o mundo e nunca fica satisfeito à primeira resposta dada...)...mas vieram também as afirmações, as teimosias, as verbalizações alegres por casa detalhe aprendido... e a confirmação que a genética existe mesmo! E não falo só da aparência mas também de feitio :))))

Tenho aprendido imenso ao longo destes 5 anos, ao tentar explicar as coisas ao Luís, aprendo eu a vê-las de outra forma e é um verdadeiro desafio.
Há também dias cansativos, eles também têm os seus dias maus...nós temos os nossos e encontrar um equilíbrio no meio disto nem sempre é fácil nesta nossa vida de correria hoje em dia. Curiosamente basta um sorriso dele, um xi-coração daqueles que ele dá, uma frase como a que recebi hoje "mãe tinha mesmo muitas saudades" e tudo é recompensado, as correrias, o trabalho extra para podermos proporcionar uma boa educação, as zangas, as asneiras, os castigos,enfim tudo o que só quem é pai e mãe sabe que passa no dia-a-dia...

Mas mais importante de tudo é aprender e confirmar dia após dia o que é o amor incondicional e esse só existe mesmo com um filho.

06/07/2011

Detalhe


s.m. Acção ou efeito de detalhar.


Pormenor, particularidade, minúcia.




É nos pequenos detalhes que está a diferença. São eles que nos mostram o verdadeiro carácter de uma pessoa, tanto para o bem como para o mal.


"Nas grandes ocasiões o Ser Humano mostra-se como lhe convém ser, nas pequenas coisas mostra-se tal como é."

Já não me lembro de quem é esta citação mas acho-a acertadíssima.




Por norma é nos detalhes que mais reparo, defeito não sei se é mas característica é sem dúvida e acompanha-me desde que me lembro de existir. Tenho tanto de despassarada como de observadora e detalhista e tem sido estas últimas que, juntamente com o meu instinto me vão ajudando a "ler" as pessoas.



Tenho tido surpresas fabulosas de pessoas que não contava, e essas surpresas têm aparecido nos tais pequenos detalhes, muitas vezes em momentos nem sempre importantes. Mas ficam gravadas, pela surpresa positiva.



Depois também há aqueles detalhes que surgem e que nos levam a descobrir pequenas mentiras e omissões, que muitas das vezes nem são mensuráveis e absolutamente desprovidos de lógica mas que nos dão uma leitura mais exacta da pessoa e da sua essência.


Por exemplo com os meus amigos mais próximos eu se não me apetece combinar nada, não invento que tenho um qualquer programa ou que estou ocupadérrima, digo-o simplesmente e tudo corre bem. E gosto imenso que façam isso comigo, é uma questão de respeito :).




Tenho assistido a pessoas a mentir "por da-cá-aquela-palha" e não consigo perceber a razão pela qual o fazem...para manterem uma aparência? Para se enganarem a si próprias? Não entendo de todo e como também não me diz respeito uma vez que sou mera espectadora do triste espectáculo não questiono sequer o porquê da atitude...apenas me vou afastando cautelosamente porque quem mente num detalhe também pode mentir numa coisa importante...


E acaba por ser com estes tais detalhes ...que vou fazendo uma selecção natural de quem quero ter por perto.

Perdas



Perdemos hoje uma grande Senhora e acima de tudo uma grande Mulher...Maria josé Nogueira Pinto.

Aventureira, lutadora incansável, defendendo sempre a sua verdade e lutando por ela, assumindo com frontalidade todas as suas convicções.

É de facto uma grande perda para a sociedade portuguesa, então na classe política nem se fala, pois já poucas existirão com o espírito de missão com que sempre se pautou.


Até sempre e um Bem haja por tudo de bom que fez

02/07/2011

Ausência

Ausência...uma palavra tão pouco mencionada e ao mesmo tempo tão presente no nosso quotidiano.
Ausência daqueles que vamos perdendo simplesmente porque a vida não se compadece com a nossa fragilidade de perder os nossos pilares. E ainda por estes dias me passou pelos olhos uma frase de Eduardo Sá
"Nunca se prepara um adeus. Qualquer que seja. Imaginar um adeus não nos habilita a compreender a tontura de sermos apanhados de surpresa quando perdemos alguém. Preparar a despedida não nos ensina a dizer adeus mas, simplesmente, a prevenir todos os remorsos."
Sem dúvida verdadeira esta frase, com uma pessoa que me era próxima (a minha avó), um dos pilares da minha vida, aconteceu-me precisamente isto e nem os remorsos consegui evitar...achamos sempre que poderíamos, deveríamos ter feito mais... mas acabamos por aprender a viver com a perda.

Há também outros tipos de ausências...ausência do tempo em que éramos crianças e a vida estava de portas abertas para nós. Claro que com a idade umas se fecham mas outras se vão abrindo, mas algures fica a sensação de perda de haver algumas coisas que já não nos pertencem ( e não, não estou numa crise de identidade ou idade, a vida é mesmo assim :) )

Há ausências que nos são impostas e ausências que criamos, seja porque razão fôr. As que nos são impostas aprendemos a conviver com elas ( vamos ter um exemplo muito em breve com o nosso subsídio de natal e algumas outras regalias que eram assumidas e que irão desaparecer nos próximos tempos).
Outras acontecem por circunstâncias da vida e o Ser Humano, que tem uma capacidade fabulosa de adaptação, lá sobrevive, redefine os seus objectivos de vida, ergue a cabeça e segue em frente. O grande problema é que por vezes a vida nos passa umas rasteiras e o que já estava assumido como ausente aparece do nada, e aí a confusão fica lançada.
Nós, Seres Humanos, somos particularmente resistentes, no entanto nem sempre estamos preparados para as surpresas que a vida nos reserva, sejam elas boas ou más.

Parei agora e reli o que escrevi e até me rio ao pensar que poderá este texto ser interpretado como uma qualquer mensagem codificada...que não é de todo!!!
É apenas uma reflexão dos últimos tempos, meus e das pessoas que me são próximas.

Mas para chegar ao cerne da questão falo das ausências que tentamos assumir, com toda a sua perda inerente. Assumimos conscientemente determinada ausência, pois no prato da balança com tudo devidamente pesado o resultado é que a ausência é menos prejudicial que a presença. Os primeiros tempos custam sempre, há a dúvida das atitudes tomadas (quem nunca se afastou de um amigo que afinal não nos fazia tão bem quanto mal), há a saudade pelo hábito da presença, pela cumplicidade, pela partilha, etc etc. Mas ao fim de algum tempo conseguimos ultrapassar e seguimos em frente. O grande problema é que este processo normalmente se passa com pessoas que nos são importantes e por isso se de um momento para o outro a outra pessoa reaparece, a complicação é maior, surgem as dúvidas sobre as atitudes tomadas, vem a memória afectiva...todo o investimento feito, e a dificuldade acresce na hora de decidir que caminho seguir, retomar contacto ou afastar e seguir em frente. E principalmente vem a quase certeza de nova desilusão...que normalmente acontece, simplesmente porque as pessoas não mudam, a menos que lhes tenha acontecido na vida algum profundamente fracturante...de resto a essencial é a mesma ao longo da vida e quanto a isso não tenhamos ilusões...mas claro, como Seres Humanos que somos, temos sempre esperança na mudança para melhor.

Já tive os dois casos por isso sou a pessoa menos indicada para aconselhar...a não ser num pormenor....cada vez mais sigo o meu instinto...pois por norma acerta a 300%.E das vezes que não o segui...vim a perceber mais tarde que o deveria ter seguido! Mas claro, nas relações humanas a afectividade na maior parte das vezes não deixa que entre a racionalidade.

24/05/2011

Quase....


... um ano me separa do último post que aqui pus. A vida tem corrido com projectos diferentes que me roubaram muiiiito tempo ás lides cibernéticas e como também nunca quis tornar este meu cantinho numa obrigação, foi muito bom ter feito uma pausa tão grande. Pelo que vi no sitemeter as visitas abrandaram e apenas meia dúzia de curiosos que vêem cá (para "levar" emprestadas algumas fotos que eu também já tinha "levado") e este meu canto regressa ao seu inicial anonimato.


Volto assim ás minhas origens e estou quase certa que o Facebook retirou muitos dos leitores que por aqui passavam o que não é de todo mau! Parece-me mais arejado este meu canto...


Não estou de volta...vou voltando de vez em quando :)






ps - e não posso deixar de escrever aqui que dois amigos que aqui conheci e que embora fisicamente distantes, estão sempre presentes na minha vida , juntaram os trapinhos :)))) E ainda há quem diga mal dos blogs!!! Gostei muito de vos ver felizes :D

09/07/2010


Chega o verão e tanto o corpo como a mente estão cansados...muito cansados. O ano foi looooonnnnngo, cansativo mas positivo. Ainda me faltam algumas semanas para finalmente para e descansar mas se por um lado estou já a organizar tudo para ir de férias, por outro estou já tratar do "pós-férias" que, se tudo correr bem vou ter novidades e meter-me em trabalhos :)


Um óptimo fim-de-semana para todos!

27/05/2010

Alguém reparou na magnífica Lua que está hoje?

Uma lua assim aconchega-nos a alma :)

Boa noite a todos

14/05/2010

...


Na passada Semana o trânsito parou por causa da queima das fitas. O trânsito para com o futebol, com a vinda de chefes de Estado (quem não se lembra o que foi a Cimeira Ibero-Americana no Porto há uns anos atrás, ou então a vinda de Bush?). O trânsito ficará alterado com o Rock In Rio que começa dentro de uns dias, ou com qualquer concerto de verão. Já nem falo do Europeu de futebol e dos milhões que nos custou... e estranhamente não tivemos grandes manifestações de desagrado.

Não consigo perceber tanta indignação com a Visita do Papa Bento XVI ao nosso País. Afinal a religião católica faz parte de nossa história, da nossa cultura, da nossa identidade. Faz-me alguma confusão a critica fácil até porque somos um povo que tem inúmeras benesses precisamente pela sua ligação á Igreja e á Tradição católica. Basta pensarmos em todos os feriados e pontes, em todas as festas que dão direito a mais um dia de férias...pensemos no natal, na Páscoa nos santos populares nos feriados que aí vêem agora em Junho.

Faz-me confusão a hipocrisia do casamento na Igreja só para ficar bonito, ou do baptizado para a fotografia, ninguém pensa os serviços sociais da Igreja, usa-se e abusa-se...aponta-se o dedo e nunca se reconhece a parte boa.

Claro que a Igreja já cometeu muitos erros e alguns de uma gravidade enorme...afinal ela é feita de seres humanos, iguaizinhos a nós...mas também tem tentado fazer um mea culpa e nós que somos sempre tão permissivos porque razão tem de haver uma mão tão pesada a julgar? Ultrapassa-me de facto...
Hoje fiz parte dos 150 mil que quiseram ter a oportunidade de estar com Sua Santidade. Foi de facto extraordinário ver tanta gente junta, alegre e em paz. Mais extraordinário ainda foi, num momento de reflexão, ter sentido o silêncio da quase totalidade das pessoas que estava lá (consegui ouvir um tlm a tocar ao longe)...verdadeiramente arrepiante...esta visita a mim deu-me esperança...de que pode haver um mundo melhor, de eu poder ser uma pessoa melhor (e sim, sou daquelas pessoas que precisa do apoio de Deus para conseguir ser melhor)
Um óptimo fim-de-semana para todos!

10/05/2010


É extraordinário que um blog que anda meio moribundo receba em menos de 24 horas uma avalanche de visitas :)


Claro que quem me conhece sabe que sou Portista ferrenha.
Quem me conhece sabe que sou portista ferrenha mas não sou nada adepta de fundamentalismos.

E posto isto, aqui vão os comentários que me ocorrem neste momento para acalmar tão inquietas almas:


Tenho inúmeros amigos do SLB aos quais dou os meus parabéns pois fui educada a saber ganhar e perder. Se ao ganhar não ando a mandar bocas ao perder limito-me a dar os parabéns :)

Assiti nas últimas horas a manifestações extraordinárias que vão desde aparecerem Benfiquistas de todos os cantos (e aqui não critico nada que apareçam, só critico que não apareçam quando perdem pois ser-se adepto é para todos os momentos e não só para as vitórias), a ver quem não saiba nem ganhar nem perder o que é triste.

No entanto acho deveria ter sido o Sporting de Braga o Campeão

Claro que não estou bem disposta, estranho seria se, sendo portista estivesse hoje feliz e contente...afinal estou habituada a ganhar de forma contínua :)


E agora encerrada esta edição especial do BDK, este blog volta á sua actividade perfeitamente desinteressante :D