01/08/2007

Condessa de Ségur


Sophie Feodorovna Rostopchine, nasceu em São Petesburgo a 1 de Agosto de 1799. A sua família era originária da Mongólia. Viveu em S. Petersburgo até 1814, altura em que a família partiu para o exílio primeiro para o Ducado de Varsóvia, seguindo-se a confederação alemã e depois a Península Italiana. Em 1817 Chega a Paris, cidade onde viveu o resto da sua vida.
Conheceu o que viria a ser seu marido, o Conde de Segúr, no Salão que entretanto seu pai montara em Paris e casaram-se em 1819. O seu matrimónio foi profundamente infeliz devido ás constantes ausências do marido que era também bastante descuidado no que ao seu matrimónio se referia. No entanto, e mesmo com este casamento infeliz tiveram 8 filhos, o que levava o Conde de Segur a referir-se muitas vezes a Sophie como "la mère Gigogne" (a mãe Matrioska), numa referência ás bonecas típicas russas onde uma figura esconde outra no seu interior e assim scessivamente.

Pensando nos livros que li durante a minha infância e sabendo da sua história de vida, apercebo-me que os seus livros não foram mais do que pequenos exorcismos da sua vida, passada e presente. Sophie apenas escreve o seu primeiro livro aos 58 anos, sendo já avó. Um dos factos que deu origem aos seus livros foi o afastamento das suas netas favoritas Camila e Madalena. Para aliviar esse desgosto passou a enviar-lhe contos que começou a escrever. Foram esses contos que deram origem aos livros que fazem parte do imaginário de todos nós.

Os primeiros que me vêm á memória são:

Os desastres de Sofia - Sophia (será ela mesma na sua infância...)era uma menina que fazia muitas asneiras, era castigada e depois arrependia-se e pedia desculpa. E o ciclo voltava a repetir-se.

As meninas Exemplares - histórias de duas meninas Camila e Madalena que eram muito bem comportadas e faziam o possível por se manterem assim. Sofia, a personagem do livro anterior também aparece por aqui, estando agora ao cuidado de uma madrasta má. Esta adversidade é atenuada pela companhia das dóceis e amáveis primas, Camila e Madalena.

As férias - São as aventuras das 3 primas juntamente com o primo Paulo, que já havia aparecido no "desastres de Sofia" . Aqui Sofia já aprendeu o suficiente para romper o ciclo da menina asneirenta iniciado no 1º livro

Nestes três livros nota-se claramente uma acção educativa se bem que com uma narrativa muito ligeira. Mesmo contendo assuntos sérios e tristes, as alegrias são sempre em maior número e no final acaba tudo bem.

Ainda teve muitos outros livros dos quais destaco "O Brás" , "Memórias de um Burro"
Deixo-vos aqui as capas de 3 livros que consegui encontrar para que possam "matar saudades" :)))



Fontes: Wikipedia, Fundação Camões
Porque seria hoje o seu aniversário!

14 comentários:

Luís Galego disse...

É bom encontrar aqui uma das autoras que com um só livro marcou parte da minha infância : Férias. Sendo verdade que ela desenvolveu uma grande obra de profunda orientação moralista, como era de praxe nos livros da época, também é verdade que nos fazia sonhar.

Um Post à altura...

Helder Robalo disse...

Gostei de ler. Muito bom, sim senhor!!!

(Passa lá no meu tasco se faz favor)

Ka disse...

Luís,

Ainda bem que gostaste :)
Condessa de Segur teve de certeza uma grande influência na infância das nossas gerações.

Beijinhos

Ka disse...

Helder,

Esse comentário vindo de quem vem é um elogio de peso..lol

Já lá passo.

Beijinho

Unknown disse...

Para quem se reduziu à literatura de Enid Blyton, Goscinny e Albert Uderzo, e Joaquim Salvador Lavado, durante a infância e a adolescência, se calhar o melhor era estar calado.

Para obras tão marcantes, agora, não há nada a fazer, desfasado que estou no tempo, fico-me pela biografia.

Imagino o que seria hoje se por acaso tivesse lido um único livro que fosse da senhora condessa…

:)

vá lá uma beijoca

GP disse...

Oh ka!
Obrigado por teres reavivado a minha memória. Isto já estava no inconsciente...
Coisas do tempo...

Beijinho

Morgenita disse...

Quando era pequenina, li praí umas 500 vezes Os Desastres de Sofia. Pensava que era uma forma de a minha mãe me chamar a atenção para qualquer coisa,até porque para além de partilharmos o nome, partilhávamos a tendência para o disparate... Sempre tive um bocadinho de pena do Pedro, apesar de ser tão certinho e ajuizado que às vezes se tornava irritante!

Bjocas

Ka disse...

Jotabê,

Boas leituras tiveste também :)
Que saudades dos livros "Os Cinco"!!! Sabes que a editora faliu e andaram desaparecidos. Parece que outra os vai editar de novo.
Quanto a estes penso que eram mais para meninas, com excepção do "as Férias" e "Memórias de um burro"

Beijinho

Ka disse...

Graça,

Estava no teu subconsciente...e no meu :))) não fosse ter sabido no dia anterior que ontem era o aniversário da escritora.
Ainda bem que gostaste.

Beijinho

Ka disse...

Morgenita,

En não artilhava o nome mas...partilhava tudo o resto...loool e também fiquei convendcida que foi uma forma dos meus pais, além de me criarem hábitos de leitura, passarem "a mensagem" da menina bem comportada.

Beijocas

PS - Não me digas que também vais buscar...;)

Gi disse...

O Braz não me lembro, os outros dois ainda estão guardados num canto qualquer da cave juntamente com muitos outros que povoaram a minha infância. Sempre com um discurso moralista ... era o melhro que havia na altura :)


beijinhos

(estou voltada mas ainda não a 100%)

Francis disse...

as coisas que tu nos ensinas.

Ka disse...

Gi,

Bons olhos te leiam :)

Mas olha que o discurso resultava pois eu lembro-me de ficar a pensar que devia ser como elas...lol

Beijinho

Ka disse...

Francis,

Quem é amiga quem é????

:)))