30/07/2008


Lembra-te
que todos os momentos
que nos coroaram
todas as estradas
radiosas que abrimos
irão achando sem fim
seu ansioso lugar
seu botão de florir
o horizonte
e que dessa procura
extenuante e precisa
não teremos sinal
senão o de saber
que irá por onde fomos
um para o outro
vividos
(Mário Cesariny)

17 comentários:

Unknown disse...

Gosto muito de Cesariny, particularmente deste poema.

Bela escolha

Rafeiro Perfumado disse...

Um poema onde não consigo pegar em nada para gozar tem boas hipóteses de ser um bom poema...

Beijocas!

GP disse...

Que saudades, linda!

Beijinho

1/4 de Fada disse...

Tão bem escolhido, este poema, há tanto tempo que não lia nada de Cesariny...

Olá!! disse...

Hummmm já vi que estás a pensar se vais buscar o meu prémio hahaha

Beijossssssssss

PS. Hoje o dia vai ser extravagante LOL

liamaral disse...

Sim eu sei, que tudo são recordações...

Ah pois é, das boas de preferência!

Obrigada pelo momento!
:) Beijinho

Luís Galego disse...

Gostei....

Um beijo,

Safira disse...

Muito suave e inspirador...também espero que as nossas estradas sejam sempre radiosas

Beijo

Paulo Tomás Neves disse...

Quando penso em Cesariny lembro-me sempre deste poema, talvez um dos mais emblemáticos dele (e nem por isso vulgar ou menos especial) e onde o poeta relvela a sua destreza nos jogos de palavras (e na ausência delas):

you are welcome to elsinore

Entre nós e as palavras há metal fundente
entre nós e as palavras há hélices que andam
e podem dar-nos morte violar-nos tirar
do mais fundo de nós o mais útil segredo
entre nós e as palavras há perfis ardentes
espaços cheios de gente de costas
altas flores venenosas portas por abrir
e escadas e ponteiros e crianças sentadas
à espera do seu tempo e do seu precipício

Ao longo da muralha que habitamos
há palavras de vida há palavras de morte
há palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperar
há palavras acesas como barcos
e há palavras homens, palavras que guardam
o seu segredo e a sua posição

Entre nós e as palavras, surdamente,
as mãos e as paredes de Elsenor
E há palavras nocturnas palavras gemidos
palavras que nos sobem ilegíveis à boca
palavras diamantes palavras nunca escritas
palavras impossíveis de escrever
por não termos connosco cordas de violinos
nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
e os braços dos amantes escrevem muito alto
muito além do azul onde oxidados morrem
palavras maternais só sombra só soluço
só espasmo só amor só solidão desfeita

Entre nós e as palavras, os emparedados
e entre nós e as palavras, o nosso dever falar


E de ainda de outro (mas o comentário já vai longo). O que a Ka escolheu não conhecia e é daueles que, sentido, faz todo o sentido.

Beijinhos, boa semana e bons poemas

joana disse...

Belo poeme sim senhora.
Beijinho grande

paulofski disse...

Muito bonito, até dá vontade de to pedir "emprestado" para uma dedicatória que farei em breve.

Beijos.

LeniB disse...

Há muito que não lia nada do Mário Cesariny: obrigada Ka, obrigada Paulo!
bjsssssssssssss
(eu, se fosse a ti, não deixava que o ski te gamasse o poema!!!!)

KNOPPIX disse...

É sempre um prazer vir ao teu Blog, querida Ka, pelos belos poemas e textos que sempre tens para nos presentear :)

Beijinhos doces e tem um excelente dia, apesar deste tempo farrusco ;)

Gata Verde disse...

Bela forma de começar o fds!!

Beijocas

Anónimo disse...

Ok, obrigado.

Na verdade já estava um pouco esquecido de algumas das estradas. Fizeste bem em lembrar-me. Aliás nem eu estava à espera de outra coisa de ti. Estás a tornar-te no meu pêndulo, no meu despertador amigo.

:)


beijocas

Maria P. disse...

E cá estou eu de novo!:)
E já vou de novo!:)

Bom fim-de-semana, beijocas***

Ka disse...

Caros amigos,

Muito obrigada pelos comentários e desculpem só hoje responder!!!

Beijinhos e um excelente fim-de-semana a todos :D