26/02/2007

Por eles!

O 1º Post desta semana é dedicado a todos os pais e mães que tendo sido surpeendidos pela chegada adiantada dos seus filhos ou por terem algum problema á nascença, lutam diáriamente para que tudo corra bem.

Não sei se é possível transmitir a angústia que se sente, quando se vê um filho, acabado de nascer, ser levado por outras mãos que não as nossas, para uma unidade de neonatologia. Acho mesmo que é quase impossível transmitir pois só quem passa é que sabe...
De qualquer das formas é importante sabermos o que é feito nestas ocasiões, tanto pelos pais como pelas equipas de enfermagem que estão diáriamente a cuidar dos nossos pequeninos.
Numa altura em que a vida foi tão discutida, não ouvimos ninguém falar acerca de dar condições a quem luta pela vida. Poderão pensar que estou a misturar assuntos mas realmente não estou.
Temos um Estado que vai criar condições para que pessoas que não queiram ter um filho posam abortar com "dignidade" . No entanto, quem está num hospital 24 sob 24 horas a lutar pela vida de um filho não tem o mínimo de condições.

Dou pequenos exemplos para que se possam perceber: normalmente as unidades de neonatologia são distantes das unidades de obstetrícia, obrigando a mulher a práticamente nem descansar pois não irá perder tempo a percorrer metade do hospital para ir descansar um bocado. Quando o nosso filhote teve uma sépsis á nascença, teve de ir para a neonatologia durante uns dias. Como é óbvio eu tentava passar lá a maior parte do dia e das poucas vezes que fui à obstetrícia para descansar um bocado, tive as auxiliares a questionarem-me sobre as horas das refeições, dizendo que eu tinha de estar lá ás horas estipuladas se não teria a refeição. Após ter explicado diversas vezes que me era impossível prever pois tinha uma vida dependente de mim, tive de me chatear e dizer que se não quisessem, não me guardassem a refeição pois eu resolveria o problema de outra forma. Porque é que isto acontece? Porque está tudo muito mecanizado e não deixam margens para excepções (como era esta) nem para qualquer tipo de humanismo.

Pelo contrário, na unidade de neonatologia, uma excelente equipa de enfermeiros trabalhava a par connosco para que o nosso filhote vingasse! Estes enfermeiros viveram connosco e com todos os outros pais as pequenas vitórias e derrotas que fazem parte destes processos. Tentavam dar o máximo de condições para ajudarem os pais, no entanto havia coisas onde não podiam ajudar, tais como o facto de uma mãe ter uma cadeira (na maior parte das vezes é de plástico) para ficar a descansar ao pé do seu filho.
Este Post é dedicado a todos os pais, filhos e quem os ajuda, que estão a lutar pela vida.
Visitem estes amigos e deêm-lhes uma forcinha pois bem estão a precisar!

1 comentário:

Anónimo disse...

É isso mesmo, só que lá esteve conhece a angustia. Eu estive lá dois meses em 2003 com a minha filha e a minha mulher. Travam-se lutas de vida ou de morte, em que os pequenitos e os pais dão tudo por tudo e quem não sabe, que vê apenas de fora, não sabe o que se passa dentro daquelas paredes. Não dá para contar. Vale a força das crianças, a coragem dos pais, a dedicação dos profissionais! Mas, infelizmente, pouco se fala disto, talvez por serem momentos que se querem esquecer. Mas devia-se falar! Já basta o silêncio daqueles momentos.

Vou passando por aqui e pelos blogs do Sá para ir sabendo novidades!