11/04/2007

Retrato Social

Vi ontem na RTP1 o programa Portugal, um retrato social. É o 3º s série, muito bem feito por António Barreto.

No programa de ontem falava-se da transformação da sociedade, que outrora foi rural. Falava-se no stress de vida do dia-a-dia, no custo pessoal de se querer adoptar um estilo de vida. Antigamente realmente não existiam os luxos que para nós são tidos como bens primários, essencias quase à nossa sobrevivência.
Impressionou-me particularmente a descrição de uma senhora que vivia na Póvoa de Stªa Iria e trabalhava em Lisboa. Os seus horários eram de doidos, acordando ás 05h00 para preparar tudo, deixar filh no infantário e ir para Lisboa no comboio das 07h00. Ficava por lá a trabalhar o dia todo e chegava a casa quase às 21h00. E de repente no meio da descrição do seu dia, apercebo-me que esta mulher que fazia tudo sózinha, até tem o marido em casa neste momento, e dizia ela, o marido dava uma ajuda pois ia buscar o filho ao infantário para ela poder ficar a trabalhar até mais tarde.

Relmente não percebo.... mas afinal o que faz este marido pela manhã, descansa!... enquanto esta mulher acorda ás 05h00, arranja as mochilas dos filhos, adianta o almoço do filho mais velho, acorda-os, veste-os, dá-lhes o pequeno almoço, leva o mais pequeno ao infantário.... e o sostra do marido coitado... tem de descansar imaginem!

Não tenho esta realidade em minha casa mas fico chocada pois isto é o resultado da educação que os pais dão aos filhos. Os rapazes são criados na sua maioria a não serem independentes. As mãezinhas educam-nos no total desconhecimento do que é ser-se autónomo.. e eles crescem sem saberem quase fazer uma cama, sem saberem o que é dividir tarefas em casa. Estas mãezinhas nem se apercebem dos monstrinhos que criam.. pensam que estão a fazer o seu melhor...não pensam que será melhor para o seu filho, saber ser autónomo, independente... agem como se ensinar qualquer tarefa doméstica lhes diminuísse a dignidade! Não ensinam nada da vida a dois, da partilha, da solidariedade que deve existir em família...

Cabe-nos a nós mães, inverter esta forma de estar. E a forma de o fazer é muito simples, educar com responsabilidade e igualdade, quer seja rapaz ou rapariga. Posso dizer que por mim, o meu filho aprenderá a fazer tudo em casa tal como eu ensinaria a uma filha, pois acredito que assim o preparo melhor para a vida.

7 comentários:

Gi disse...

Ontem não vi nda de nada :) vá-se lá perceber porquê :)... mas não é preciso ter visto para saber que o que tu falas é uma realidade.Somos nós sim, como mães, como mulheres, que temos um papel importante a desempenhar junto das nossas crias" para que elas aprendam a respeitar as outras mulheres e a darem-lhes o devido valor. Respeitar o semelhante...e que outro mais semelhante ao homem senão a Mulher ? :)

beijinhos Ka, dia feliz

Ka disse...

Gi,

è pena que em muitas mulheres a consciencia seja oposta, isto é, acham mesmo que ao "proteger" os seus meninos é que estão a fazer bem! "Coitadinhos deles que não têm nada de fazer a cama, ou aspirar... e cozinha, então... nem pensar!!!"
E assim alegremente vai andando a nossa sociedade.


Beijinhos Gi, um óptimo dia para ti também

Anónimo disse...

Há por aí filhos de muita mãe... Infelizmente.

Educação, carácter, honra e respeito pelos outros, são coisas desconhecidas por muitos. Demasiados...

Um Xi da Porca

Ka disse...

Porca,

Pois há , e embora já sejam bem grandinhos para terem aprendido as coisas, a verdade é que este problema começa na educação dada pelas mães.

Obrigado Pela visita
Um xi da ka :)

solitarioh2005 disse...

repare-se que em festas de familia quem faz a maior parte do trabalho são as mulheres. Os homens são quase proibidos de se meter na cozinha.
Ainda hoje é assim.
Isso não vai mudar tão cedo.

Ka disse...

Solitário,
Claro que não vai mudar rápidamente... mas este post é precisamente para que a mudança comece quanto antes!

Obrigado pela visita!

Ka disse...

Luis,

Tens toda a razão! MAs aí a dificuldade começa pois desses ainda há poucos...

A ver vamos se conseguimos inverter a tendência!

Beijinho