São como cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
(Eugénio de Andrade)
Hoje apeteceu-me...
02/05/2007
As palavras
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4 comentários:
Adoro Eugénio. Apeteceu-te bem.
Unicus,
Confesso que ainda ando á descoberta da poesia.
Adoro livros mas andei mais pelas biografias e pelos romances históricos mas estou a gostar do que ando a descobrir ... e tenho vontade de descobrir mais.
Apeteceu-te bem...
... porque as palavras podem ser, a um tempo, cristais e punhais...
Boa semana
Maria,
Podem, não podem?
Beijinho e boa semana para ti também
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