15/05/2007

Coragem que não acaba...

Li no blog do h.r. uma frase acerca da mãe do Rui Pedro pois afinal já passaram 9 anos e ela continua com uma dor imensa no seu olhar. É verdade o que diz h.r.... mas vendo bem as coisas, esta mãe reagiu muito bem e tem uma força de vida fantástica pois continua a acreditar que vai encontrar o filho.

Ontem no programa prós & contras (que não pude ver até ao fim) reparei na forma decidida e controlada como se expressava. Então no momento em que voltou a fazer um apel pelo filho e olho directamente para a câmara, a sua força arrepiou-me! Olho para o meu filho e nem consigo ter uma pálida ideia do que faria, no entant sei que tentaria ser como ela que, sem qualquer tipo de apoio, perante uma Polícia Judiciária totalmente desorganizada na altura, ela lutou e durante 9 anos tem feito de tudo para tentar encontrar o seu filho.

Um dia encontrei-a no parque da cidade numa marcha pelas crianças maltratadas em que se falou também de crianças desaparecidas, a certa altura pediram-lhe para falar com os presentes (uma tristeza de participações...como sempre em Portugal era apenas umas centenas, quand podiam ter sido uns milhares) Ela ficou de uma calma incrível, tentou ser objectiva, ela sabe que isso é essencial para passar a informação que pretende.

Imaginem agora a dor desta mãe a ver as diferenças de tratamento (umas pelo avançar do tempo, mas a maior parte por ser onde foi e com quem foi) entre o seu caso e este caso mais recente? Ontem os pais ingleses lá apareceram a falar umbocado com a comunicaçã social, eles sabem que é essencial não deixar morrer a história, eles têm a atenção da comunicação social a nível mundia... e sabem-no e não querem desperdiçar este precioso recurso.

A mãe do Rui Pedro, não tinha comunicação social, não veio ninguém com grandes ofertas para o caso de o filho aparecer, teve de fazer e colar cartazes sózinha...e nunca desistiu! E ontem chegou ao ponto de dizer que ao menos o caso do filho dela tenha servido para alertar às mudanças...credo que coragem, sinceramente não sei se conseguiria ter este tipo de postura perante tal diferença de tratamento.

Hoje fica aqui um beijinho para esta mãe em especial, com desejo que volte a encontrar o seu filho.

17 comentários:

Ka disse...

Luis,

TEns toda a razão!

Embora me sinta solidária com todo e qualquer pai a quem desapareça um filho, é triste ver a diferença de tratamentos.

Todos, mas todos deveriam ter os meios postos á disposição, como está a acontecer neste caso.

Beijinho

rendadebilros disse...

Vim aqui espreitar via Braganzónia por causa de uma certa cor azul... e encontrei-me com este texto que diz tão bem a força da Mãe do Rui Pedro, por quem ( não a conheço pessoalmente) nutro uma grande admiração precisamente por essa inteireza que sempre revela no meio da sua angústia e da sua dor... de que é imagem...
Associo-me ao teu beijo ( que sabemos que é nada no meio de tal sofrimento)para Ela e para todas em iguais circunstâncias...
E um beijo para ti.

Ka disse...

rendadebilros,

Benvinda ao Bdk!

Esta mãe é mesmo um exemplo de dignidade e força...

ESpero ver-te por aqui mais vezes!

Um beijinho

João Cordeiro disse...

Eu vi o debate... e apenas digo, que aquela mulher é A Mãe Coragem.
A minha grande admiração por essa mulher.

Ka disse...

João,

Há mulheres assim...que se superam diáriamente em nome de um bem maior: o filho.

Beijinho

rendadebilros disse...

Também gostei muito do que vi por aqui... Podes visitar-me sempre que quiseres e tiveres um bocadinho livre. Terei todo o prazer em "ver-te" por lá...
Um beijo.

A.S. disse...

Também vi o programa e fiz exactamente o mesmo raciocinio!...

Urge irradicar esta verdadeira praga numa sociedade que se arroga da era digital e tecnológica, mas deixa que se degradem os valores essenciais sobre os quais se constrói uma sociedade de Paz, Amor e Fraternidade...


Beijo!

Ka disse...

Renda,

EStá combinadíssimo!

Beijinho

Ka disse...

a.s.

MAs essa irradicação passa por nós... devemos reclamar, exigir que não uma mas sim todas as criançaws tenham todos os meios possíveis á disposição.

Beijinho

Gi disse...

Mãe coragem sim e consciente da ignorância colectiva que era o assunto na altura em que aconteceu aquilo ao filho, da falta de meios, dos erros cometidos... Mãe coragem sim, que continua a acreditar. Por ela e pelas outras mães, eu faço um esforço para acreditar também.

Boa noite Ka, o tempo anda muito curtinho por aqui :)

beijinhos

Ka disse...

Gi,

Também eu faço um esforço por acreditar :)

Beijinhos e uma boa noite Gi

GP disse...

Não imagino a dor desta "Mãe Coragem" porque só quem passa por situações como a que ela passou é que sabe. Lamento que, em Portugal, os portugueses sejam de segunda e os ingleses de primeira. A comunicação social também tem a sua responsabilidade. Deu a este caso um tratamento que nunca deu às crianças portuguesas que já desapareceram, e foram algumas.
É o país que temos. Se calhar é o que merecemos...
Beijos

Ka disse...

Graça,

Sabes que acho que é mesm o que merecemos? Temos de ser nós a exigir e reclamar melhores condições. Problema é que nunca o fazemos...somos um povo demissionário.

Quanto ás condições estas deverias existir para Todas as crianças e não para uma porque é Inglesa e prque fi no Allgarve

Beijinho

Cris disse...

Olá! Este assunto, infelizmente, entrou-nos pelos olhos adentro sem dó nem piedade. Nunca diria que o que se está fazer pela Maddie é excessivo, não, muito pelo contrário, mas não devia ser excepção, mas sim a regra quando uma criança desaparece, seja de cor, estatuto social, nacionalidade o que quer que seja.

Mãe Coragem, sem tirar nem por!

Um beijinho
C.

Ka disse...

Cris,

Bons olhos te vejam de novo por aqui:)

Estou totalmente de acordo contigo!

Beijinho

Anónimo disse...

Ai... O que dizer? Já tinha pensado, realmente, em tantos casos de crianças desaparecidas e que não têm, nem de longe, o tratamento que tem este caso. É injusto perder um filho, mas ainda é mais injusto ver que ele é perdido...

/me disse...

Também me lembro bem dessa mãe... Objectivamente, ficou com a vida destruída, mas não desiste nem se importa, luta pelo filho. A força no olhar dela, como disseste, impressiona e comove.

Lembrei-me muitas vezes desta mãe portuguesa e das diferenças de tratamento ao ver notícias sobre a menina inglesa... Se alguém tem direito a revoltar-se, é esta mãe.